Ao contrário do que muitos dizem por aí, o homem não descendeu do macaco. Assim como todas as espécies se relacionam, em maior ou menor grau, homens e macacos possuem um ancestral mais recente em relação a um ancestral entre macaco e serpente, por exemplo.
Atualmente sabe-se que a espécie humana descende de uma família de primatas chamada Hominidae. Fósseis muito contribuem para documentar a história de um grupo e, com o auxílio destes, podemos confirmar que espécies deste grupo taxonômico habitaram várias regiões e épocas diferentes e que algumas espécies distintas da família coexistiram na mesma época.
Assim, fica clara uma diferença básica entre o pensamento de Lamarck e Darwin: Lamarck acreditava que a complexidade dos seres seguia uma lógica linear e progressiva: do ser menos ao mais evoluído - este, no caso, o ser humano. Para Darwin, todas as espécies atuais seriam as mais evoluídas de suas linhagens e, nesta linha, nenhuma espécie vivente no momento seria mais ou menos evoluída que outra.
Vale ressaltar que o emprego do “evoluir” nestes dois casos muda um pouco quanto à interpretação. “Evolução”, em uma visão Lamarckista, nos dá idéia de melhoramento, progresso, em um sentido linear, de espécies existentes na atualidade: do ser menos evoluído ao ser humano - o mais complexo, mais evoluído, o topo da evolução – pensamento que persiste até hoje, para algumas pessoas. Para Darwin, o termo consistia na variação de espécies ao longo do tempo, por meio da seleção natural. Vale ressaltar, ainda, que Darwin utilizou a palavra “transmutação” para se referir ao que consideramos hoje a evolução biológica.
Lamarck nos presenteou com uma grande contribuição ao postar que havia uma relação de surgimento de novas espécies a partir de espécies já existentes e influência do ambiente como responsável pelas variações. Além disso, existem casos registrados na ciência de evolução por meio de transmissão de caracteres adquiridos, mecanismo este bastante criticado – injustamente – por alguns que se consideram darwinistas. Foi ele, também, quem designou o termo “Biologia” para designar a ciência que estuda a vida e quem fundou os estudos de paleontologia dos invertebrados.
Mitose e meiose são processos de reprodução celular que acontecem nos seres vivos. Elas originam células para diferentes objetivos. Cada mitose produz duas células iguais à de origem. Uma meiose cria quatro células filhas com metade do material genético da célula mãe. No final do resumo, faça exercícios do Enem sobre divisão celular.
Qual a diferença entre mitose e meiose?
Os dois processos são muito parecidos. As últimas fases da meiose são uma segunda divisão celular, e são iguais às da mitose.
A mitose gera células que compõem tecidos e órgãos, denominadas células somáticas, e ocorre em organismos de qualquer ploidia. Elas são iguais entre si e à célula de origem. O corpo está sempre se renovando e faz mitoses para substituir células desde o surgimento do zigoto, até a morte do ser vivo. O processo também acontece para a regeneração celular; por exemplo, quando você se machuca.
A meiose cria células sexuais (ou gametas) e se dá apenas em organismos diploides. As células filhas são diferentes da célula mãe, geneticamente diferentes entre si e iguais no número de cromossomos. Por isso, a meiose é um dos principais fatores para a variabilidade genética nos seres vivo. Meioses não acontecem durante a vida toda. As mulheres nascem com os óvulos já formados, e eles amadurecem a partir da adolescência. Os homens começam a gerar espermatozoides na puberdade, e o processo se repete até o fim da vida.
access_time31 out 2016, 18h39 - Publicado em 29 fev 1992, 22h00chat_bubble_outlinemore_horiz
Lúcia Helena de Oliveira e Paulo Roberto Pepe. Colaborou Lúcia Camargo
As passageiras comuns vão aos portões de embarque da boca e das narinas.Mas algumas têm direito a um tratamento vip, embarcando mais rápido, direto na veia.
Uma vez acomodadas no sangue, as drogas iniciam a sua viagem pelo corpo humano. A circulação, propulsionada pela turbina do coração, é um transporte a jato, percorrendo cerca de 100 quilômetros de vasos, com conexões para toda parte. A eventual escala no fígado, porém, pode barrar parte das viajantes. Para essa víscera, com função de um policial de fronteira, as drogas não têm visto de entrada no organismo. Afinal, como qualquer substância tóxica, elas acabam causando muita destruição por onde passam. Mas, enquanto as células hepáticas fiscais prendem e liqüidam algumas dessas moléculas criadoras de encrenca, a maioria das turistas baderneiras termina escapando e seguindo em frente — ou melhor, para o alto, em direção ao cérebro. E é ali que causam a maior confusão.
Trata-se, afinal de contas, de um órgão especialíssimo. Da dor de um beliscão à alegria de encontrar um amigo, da imagem de um rosto ao som de uma música, das recordações à imaginação, da fome de comida à sede de conhecimento — a pessoa só sente o que passa pelo cérebro. Para este, por sua vez, emoção, sensação ou razão, tudo é pura eletricidade. Pois suas células, os neurônios, se comunicam através de impulsos nervosos, que nada mais são do que correntes elétricas. Mas para que haja a transmissão de uma mensagem qualquer, é preciso que as células cerebrais secretem as chamadas substâncias neurotransmissoras. “Os neurônios nunca encostam um no outro” descreve o neurologista Esper Cavalheiro, da Escola Paulista de Medicina. “Os neurotransmissores, então, saltam de um neurônio para o outro, passando o impulso elétrico para a frente.” A produção dessas substâncias, porém, tem de acontecer na dose exata — se faltam neurotransmissores, a mensagem nervosa se perde no meio do caminho; em compensação, em excesso, são capazes de fazer uma informação ficar reverberando. As drogas, no caso, alteram o comportamento de seus usuários, justamente porque suas moléculas, clandestinas no sistema nervoso, conseguem mexer no nível dos neurotransmissores.
Algumas fazem as substâncias mensageiras jorrar a tal ponto que os impulsos se multiplicam ou começam a trafegar mais depressa. Outras agem de modo inverso: fecham as torneiras dos neurotransmissores nos neurônios, que desse modo passam a trabalhar em câmera lenta. Finalmente, há também as farsantes, que se encaixam nos receptores das células cerebrais, fingindo trazer uma mensagem que, na realidade, não existe. É por isso que os especialistas costumam dividir os milhares de substâncias rotuladas como drogas em três grandes grupos: estimulantes, depressoras e alucinógenas. “Usando essas táticas, as drogas podem induzir todo tipo de sensação”, diz Cavalheiro. “No entanto, muitas vezes fica difícil saber detalhes do que aprontam. Em primeiro lugar, porque seu campo de ação, o cérebro, ainda não é completamente conhecido pelos cientistas”, admite o pesquisador.
” Além disso a cada dia descobrimos novas funções para determinados neurotransmissores. Portanto, seguindo esse raciocínio, as drogas que interferem nessas substâncias podem provocar efeitos que, antes, não imaginávamos.”Existem, contudo, rastros que permitem aos cientistas presumir ao menos parte do percurso das drogas. Ainda em meados dos anos 50, nos Estados Unidos, certos pesquisadores realizaram uma experiência que acabou se tornando clássica: eles implantaram eletrodos em áreas diferentes do cérebro de cobaias; assim, toda vez que os animais pisavam numa pequena plataforma, os eletrodos aplicavam um levíssimo choque. Em determinadas regiões cerebrais, esse estímulo elétrico parecia ser agradável, pois as cobaias passavam a repetir, cada vez com mais freqüência, as visitas a esse canto especial das gaiolas. Além disso, a tendência era ficarem ali mais tempo, perpetuando o estímulo. A partir daí, alguns cientistas começaram a suspeitar da existência do que chamariam centros de prazer, espalhados pelo sistema nervoso dos quais o mais sensível seria o hipotálamo, na base do cérebro. Certamente, em sua viagem, as drogas devem fazer escalas mais demoradas nessas regiões.
Tal como as cobaias da experiência americana os usuários de drogas também tendem a diminuir os intervalos entre as aplicações dessas substâncias. “É o fenômeno da tolerância: são necessárias quantidades cada vez maiores da substância para que ela produza o mesmíssimo efeito no organismo”, define Elisaldo Carlini; professor de Psicofarmacologia na Escola Paulista de Medicina. Ele é, com certeza, uma das maiores autoridades brasileiras no estudo das drogas. Aos 61 anos, já publicou 189 trabalhos sobre o assunto.
Se as drogas, de fato, atuam principalmente nos tais centros de prazer e saciedade do sistema nervoso—uma teoria que ainda provoca controvérsia nos meios científicos—, a passagem delas por aí é traiçoeira. Isso porque, se logo no início despertam alguma sensação agradável para a pessoa, em seguida passam a fazer chantagem: o organismo passa a implorar sua presença. É o que se chama dependência: se antes alguém tomava a droga para sentir determinado efeito, depois é obrigado a tomá-la para seu corpo continuar funcionando direito — o “barato”, como dizem os dependentes, já nem importa mais. Um organismo viciado em heroína, por exemplo, precisa da substância tanto quanto qualquer pessoa precisa de alimento. Interromper o consumo da droga é sofrer flagelos piores do que estar faminto, o que já faz, na maioria das vezes, qualquer um desistir da idéia de abandonar o vício. E, no caso, assim como se morre por inanição, insistir na interrupção do uso da heroína, sem acompanhamento médico, costuma ser fatal.
“O tormento físico relacionado ao abandono de qualquer droga é o que os especialistas conhecem por síndrome de abstinência. A da heroína só perde para a do álcool”, revela Carlini. O fenômeno acontece, mais uma vez, porque as drogas desregulam o sistema nervoso. Por exemplo, as moléculas dos chamados narcóticos — produtos derivados do ópio, como a heroina — são extremamente parecidas com as de uma família de substâncias que os neurônios fabricam para controlar a dor física e moderar emoções como o medo e a angústia. Assim, além de servirem de anestésico, os narcóticos diminuem a ansiedade e induzem o sono. Mas o uso contínuo das substâncias opiáceas leva o cérebro a poupar suas energias, deixando de produzir os neurotransmissores com moléculas similares às das drogas.O álcool pode agir de maneira semelhante. “Mas para criar tamanha dependência é preciso que uma pessoa beba, com freqüência, tremendas quantidades de bebidas alcoólicas”, diz Carlini, que absolve a ingestão cautelosa.
“Doses moderadas de uísque, especificamente, podem até combater a hipertensão”, exemplifica. O álcool é um depressor do funcionamento do sistema nervoso. O mais curioso, porém, é que ele parece agir em etapas, ao chegar ao cérebro. A primeira região a ser deprimida é aquela do comportamento voluntário, na superfície da víscera cinzenta, responsável por decisões do tipo “o que devo e o que não devo fazer”. Ou seja, em um só golpe, o álcool derruba a autocensura. Depois de alguns goles, a pessoa passa a liberar pensamentos e emoções que estavam, de alguma maneira, bloqueados—pode, assim, falar mal da sogra, cair na gargalhada, soltar o choro, mostrar o cansaço do dia e adormecer em público.
O próximo passo do álcool no sistema nervoso é ir para as áreas encarregadas da concentração e da coordenação motora. Da mesma forma que a bebida alcoólica, os remédios barbitúricos, criados a partir de 1903, deprimem o sistema nervoso. No entanto, se o cérebro passa a trabalhar em marcha lenta, o fígado fiscal, depois de quebrar as moléculas dessas substâncias, funciona como se tivesse recebido uma injeção de ânimo. Por isso, outros remédios costumam deixar de fazer efeito quando associados ao uso de calmantes — afinal, mal entram na circulação sangüínea, são arrasados pelas células hepáticas. Estas, por sua vez — na trama complexa da mistura de drogas —, são disputadas pelas moléculas de álcool e de barbitúricos, quando ambas chegam na mesma hora ao organismo. Essa briga pode ser fatal para quem engoliu os dois tipos: sem dar conta do recado, o fígado libera a passagem das drogas, que uma vez unidas no cérebro podem provocar a morte. Esse excesso é a overdose, que ao contrário do que muitos imaginam, não é um jeito suave de morrer.
A primeira área do cérebro a entregar o jogo é a que controla a respiração. Resultado: a pessoa morre por asfixia. Pior, graças a um mecanismo de defesa, sempre que falta oxigênio para o organismo, a pessoa fica em estado de alerta. Ou seja, quem morre por ingestão de calmante, em vez de se desligar da vida dormindo, provavelmente fica consciente da enrascada em que se meteu. “Algumas misturas são mais perigosas do que outras”, aponta o psiquiatra Marcos da Costa Leite, do Hospital das Clínicas, em São Paulo, que se dedica a casos de alcoolismo. “Existem também vários mitos”, adverte. “O álcool não potencializa o efeito da cocaína, por exemplo.” Segundo o médico, o pó branco da família dos estimulantes não costuma ser metabolizado no fígado. “O único perigo é a pessoa alcoolizada perder a noção do que faz e usar mais cocaína do que o tolerável pelo organismo”, pondera.
“Aliás, esse tipo de observação é válido para qualquer mistura de drogas.”Normalmente, quando um neurônio libera uma microdose de neurotransmissores, para alcançar os neurônios vizinhos, essas substâncias são reabsorvidas. É justamente essa reabsorção que a cocaína impede, ao ser injetada ou inalada na forma de pó. Ou seja, todas as mensagens que transitam no cérebro, enquanto dura o efeito da droga, ficam reverberando — daí o jeito agitado e confuso do usuário. A linha cruzada de várias informações, depois de certo tempo ou conforme a quantidade da droga no organismo, provoca panes — as convulsões do cérebro, geralmente fatais. Na realidade, as anfetaminas — drogas estimulantes, vendidas em farmácia, mediante autorização médica — podem levar ao mesmo efeito, por um caminho diferente: em vez de as mensagens se repetirem, do ponto de vista químico, elas começam a passar mais depressa.
Os alucinógenos, como o LSD, são drogas peculiares, porque não costumam matar quem as consome. As moléculas de LSD enviam mensagens falsas, especialmente na área do cérebro que se encarrega de compreender aquilo que os olhos registram. Com isso, durante a viagem da substância pelo sistema nervoso, a pessoa passeia por cenários imaginários. “Existem teorias de que a droga danifica os neurônios, mas não estão muito claras”, conta o psiquiatra Leite. A maconha, outra alucinógena, também provoca controvérsias. Das mais de 400 substâncias que a compõem, só uma minoria foi isolada. Daí a dificuldade dos cientistas em afirmar que o chamado THC, um dos seus componentes, é de fato o responsável pelo relaxamento muscular e pela perda de noção de tempo, por exemplo. A maconha provoca ainda a liberação de adrenalina, o hormônio que acelera os batimentos cardíacos. O coração então chega a bater cerca de 160 vezes por minuto, quando o normal seria entre 80 e 100. Só para se ter idéia, durante um orgasmo, o músculo cardíaco pode atingir 180 batidas por minuto. Experiências mostram que ninguém morre de overdose dessa droga, cujos efeitos maléficos seriam os mesmos do cigarro de tabaco — o qual provoca dependência, síndrome de abstinência e uma série de males, como câncer de pulmão, embora não seja comercializado por traficantes nem seus usuários perseguidos pela polícia.
…e o que acontece quando seu consumo pára bruscamente
Síndrome de abstinência
álcool insônia, irritabilidade, tremores, distúrbios neurológicos que podem levar à morte
cocaína sono, cansaço, depressão, diminuição do apetite
tabaco ansiedade, dor de cabeça, aumento do apetite
maconha em alguns casos, insônia
heroína diarréias e vômitos fortes, provocando morte por desidrataçãoanfetaminas depressão
sedativos ansiedade e, nos casos graves, convulsões
Quando o homem vira pó
Há 5 000 anos, os povos andinos têm o hábito de mascar uma espécie de chiclete, feito com folhas de coca e cal — substância que libera o princípio ativo da folha, a cocaína. Levada para a Europa pelos conquistadores espanhóis, a coca logo ganhou espaço nos salões nobres. Só em 1857, químicos alemães conseguiram isolar a cocaína. O pó branco, então, foi encarado como um santo remédio para uma série de males — de dor de dente a resfriado — e, nessa época, era vendida livremente em farmácias e cafés. Sigmund Freud (1856-1939), um de seus fiéis consumidores, achava que a substância podia tratar casos de depressão. Outro ilustre fã da cocaína era o escritor inglês Conan Doyle (1859-1930). Em um de seus romances policiais, deixou claro que sua famosa criação, o detetive Sherlock Holmes, não conseguia viver sem a droga, que guardava em um “elegante estojo de marroquim”.
Paz em tempo de guerras
Em 1943, Albert Hoffman, um respeitado químico suíço, achou que tinha enlouquecido, ao sintetizar substâncias derivadas do ácido lisérgico. Ele só queria encontrar um remédio para a esquizofrenia e acabou tendo alucinações de toda espécie — o cientista havia sintetizado o LSD, droga que conquistaria a maioria dos jovens, vinte anos mais tarde. Nos anos 60, enquanto pela primeira vez a televisão mostrava imagens de uma guerra, transmitindo o horror do Vietnã, a juventude protestava contra a violência, num movimento cujo ponto alto foi o histórico Festival de Woodstock. Na verdade, em nenhum canto do planeta havia muita tranqüilidade: no Brasil, por exemplo, explodia o regime militar. Não foi à toa, assim, que duas drogas da moda, naquela década, eram a maconha e a heroína, capazes de apagar da mente um mundo cheio de problemas. O LSD, no entanto, foi a droga mais marcante da época, em parte por influência do americano Thimoty Leary, um ex-professor de psicologia na respeitada Universidade Harvard. Para Leary, a droga celebrava uma nova religião, cujas palavras-chave eram paz e amor.
A erva dos assassinos
Pode-se dizer que as plantas do Grupo Cannabis — onde se destacam a maconha, o haxixe e o cânhamo — têm uma tradição secular: elas são mencionadas nos mais antigos textos sagrados hindus, como ervas mágicas, capazes de afastar o perigo de catástrofes e a ira dos inimigos. Não faltam crenças semelhantes na descrição de diversos rituais religiosos primitivos.
No início do século XI a.C., o conquistador ismaelista Hassam ibn Sabbah, por exemplo, fundou uma seita em que a Cannabis era o símbolo divino. Mas, quando não se ocupavam com o espírito, refugiados numa fortaleza entre o Mar Cáspio e o planalto persa, os participantes da seita alimentavam a matéria assaltando caravanas de mercadores — estes chamavam os bandidos de fumadores de haxixe, cuja expressão em árabe é haschaschne, de que derivou a palavra assassino. Mil anos depois, as invasões árabes na África levaram a erva para esse continente; que chamavam suas folhas de makonia, foram provavelmente seus introdutores nas Américas.
O ópio do povo
Para os antigos sumérios, a papoula e a alegria eram sinônimos — ao menos, recebiam o mesmo símbolo, nas tábuas de argila inscritas há cerca de 5 000 anos. Há quem suponha, só por isso, que os habitantes da Suméria foram os primeiros consumidores de ópio, narcótico extraído da flor, capaz de proporcionar sensação de bem-estar. Os ocidentais, porém, só viriam a conhecer essa droga por volta do ano 327 a.C, quando os exércitos de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.) retornaram à Macedônia, depois de terem atravessado a Ásia Menor. A partir daí, o ópio se transformou numa coqueluche entre os europeus. Foram eles, aliás, que introduziram essa mania na China, no final do século XVII.Os chineses, até então, só usavam o ópio como medicamento. Para evitar a disseminação do vício, o imperador Yong-tcheng proibiu a importação da droga. Mas ela continuou entrando no país pelas mãos de contrabandistas ingleses, que trocavam o produto por prata ou ouro. No dia 7 de junho de 1839, ao apreenderem mais de 20 000 caixas da droga, as autoridades chinesas lançaram 1360 toneladas de ópio ao mar. Diante disso, o governo britânico declarou-lhes guerra, em nome da liberdade de comércio. Derrotada, a China teve de entregar Hong Kong aos ingleses, além de abrir seus portos ao comércio europeu. Estima-se que, no final do século XIX, existiam cerca de 120 milhões de toxicômanos nesse país.
O Reino Animal, Metazoa ou Animalia tem como principais características seres heterótrofos, pluricelulares, eucariontes. Veja os principais filos nesse resumo.
O Reino Animal é sem dúvida fascinante. Também é conhecido como Reino Animalia ou Reino Metazoa. Possui imensa diversidade e complexidade de organismos. Contar a história deste Reino é contar uma boa parte da história natural de nosso planeta. Vamos ver primeiro uma vídeo-aula e um slide e depois falamos um pouco mais no texto abaixo.
Resumo do que vamos ver nessa aula
principais características do reino animal
principais filos do reino animal
sub-reinos do reino animalia
invertebrados e vertebrados
evolução e classificação do reino metazoa
Ao logo do texto iremos usar as palavras reino animal, reino animalia e reino metazoa. Todos eles fazem referência ao reino dos animais e são sinônimos. Usaremos esses nomes para que você se habitue e entenda que se trata do mesmo reino.
Características gerais do reino animal.
De forma resumida, podemos dizer que os representantes do Reino Animal são eucariontes, pluricelulares, heterótrofos aeróbios. Isso é o mesmo que dizer que possuem várias células com seu DNA protegida pelo núcleo, precisam procurar alimentos e necessitam de oxigênio para realizar suas atividades.
Um erro muito comum na caracterização do reino dos animais, é fazer uma oposição ao Reino Plantae, em que, se os vegetais não se locomovem por conta própria os animais se locomovem. Esse é um erro, pois há animais que são sésseis, ou seja, não se locomovem, como é o caso dos poríferos.
Logo abaixo veja alguns tópicos das características gerais do animais.
Animais são Eucariontes –> no interior das células há um núcleo que tem como uma das funções a proteção do DNA.
São Pluricelulares –> ou seja, são organismo formados por várias células.
São Heterótrofos: isso significa dizer que os seres do reino animal necessitam ingerir outros seres vivos, justamente porque são incapazes de produzir seu próprio alimento.
Animais são Aeróbicos –> isso quer dizer que utilizam oxigênio retirado ou da água ou do ar. Fazem isso pra realizar a respiração celular.
Reprodução Sexuada –> é aquela em que existe o encontro do gameta feminino com o gameta masculino. Nos animais o gameta masculino se chama espermatozoide e o feminino se chama óvulo. em alguns animais hermafrodita pode acontecer a autofecundação. Alguns invertebrados também podem se reproduzir de maneira assexuada.
Ausência de Clorofila –> por serem exclusivamente heterótrofos você nunca irá encontrar um animal com clorofila.
Sub-reinos do Reino Metazoa
O reino metazoa pode ser dividido em dois sub-reinos, sendo eles os invertebrados e os vertebrados
Invertebrados
Os invertebrados,como o próprio nome diz, são aqueles que não possuem vértebras. a maioria dos animais são invertebrados. Os insetos, moluscos, águas vivas, minhocas, corais, aranhas, estrelas do mar, vermes. Todos eles fazem parte deste sub Reino. Para ser mais específico vejamos quais os filo que compões os invertebrados.
Poríferos
Cnidários ou celenterados
Platelmintos
Nematódeos
Anelídeos
Moluscos
Artrópodes
Equinodermos
Vertebrados
São todos os seres do Reino Animal que possuem uma coluna vertebral, como nós, seres humanos. são exemplos de vertebrados os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Há exemplares aquáticos e terrestres e se distribuem por quase todo o globo terrestres.
Todos os animais vertebrados estão presentes apenas no Filo Chordata.
Evolução e desenvolvimento filogenético do reino animal
A filogenética é uma ferramente importantíssima para entender a evolução e o desenvolvimento do reino animal.
Basicamente se usa a filogenética para comparar o aparecimento de características novas. Para isso ´feita uma análise dos fósseis e animais que ainda hoje vivem.
Os fósseis animais mais antigos já encontrados datam do período pré-cambriano, entre 640 a 550 milhões de anos atrás.
Esses fósseis mostram animais muito simples que não possuem sequer um esqueleto duro para sua sustentação. Tão simples que nem mesmo possuem órgãos ou tecidos bem definidos.
Fósseis de animais com esqueleto duro são datado do período Cambriano onde ocorre um grande aumento na diversidade de fósseis. Nesse período podemos encontrar fósseis de vários filos animais que encontramos hoje em dia.
Veja abaixo uma imagem com uma árvore filogenética contando um pouco da história da evolução e do desenvolvimento do reino animal.
Principais Filos do Reino Animal
Vamos começar dos seres com estruturas mais simples para os mais complexos. Seguindo a lógica evolutiva os animais mais simples foram os primeiros a surgirem no planeta Terra.
Vamos considerar aqui os principais filos do reino animal:
poríferos: são as esponjas do mar.
cnidários: são as águas vivas, polipos, caravelas, hidras.
platelmintos: são as planárias, tênias etc.
nematelmintos: são as lombrigas, ancilóstomas etc.
anelídeos: são as minhocas, poliquetas, sanguessugas.
artrópodes: são os insetos, aranhas, crustáceos etc.
moluscos: são as lulas, polvos, lesma, caracóis etc.
equinodermos: são as estrelas do mar, ouriços etc.
cordados: são os peixes. anfíbios, répteis, aves e mamíferos
Veremos logo abaixo, mais detalhes e exemplos de cada um desses filos.
Poríferos
Os poríferos são os animais mais antigos que conhecemos. Sua estrutura é muito simples, pois não possem órgão e nem tecidos definidos.
São sesseis e em seu organismos estão presentes poros que realizam a filtragem da água pra obtenção de alimentos. Devido a presença de poros por todo o seu corpo são chamado de poríferos. Também podemos encontrar o nome como espongiários ou ainda como esponjas do mar.
A saída de água recebe o nome de ósculo e também podemos citar as células coanócitos e pinacócitos nesses animais.
Os cnidários são também criaturas bem simples. São animais importantíssimos para a ecologia marinha, pois os corais fazem parte deste filo. Os mais conhecidos são as águas vivas, as anêmonas do mar e a hidra, que é a unica representante de água doce. Os cnidários também são conhecidos como celenterados.
Os celenterados (cnidários também podem ser chamados de celenterados) possuem um sistema digestório incompleto, ou seja, o alimento entra cavidade oral e os detritos do processo digestivos e saem pelo mesmo lugar.
Estes animais possuem um tipo celular chamado cnidócito que é utilizado para armazenar e injetar veneno em presas ou em predadores. Um dos animais mais venenosos do mundo, a vespa do mar ou jellyfish, é um exemplo de cnidário.
Os platelmintos é o filo dos vermes achatados e alguns de seus representantes podem causar algumas doenças em seres humanos. Possuem um par de olhos muito simples, vivem em ambientes aquáticos ou muito úmidos. O principal representante desse filo são as planárias, as tênias e o esquistossomo.
Suas verminoses estão geralmente associadas ao baixo saneamento básico e aparecem em regiões onde não há o devido tratamento de água. Doenças como esquistossomose, teníase e cisticercose estão entre algumas verminoses causados por animais desse filo.
São os primeiros animais a apresentarem sistema nervoso ganglionar, ou seja, há o aparecimento de gânglios nervosos na região da cabeça.
As lombrigas, o ancilóstoma, são os representantes mais conhecidos. Podem causar doenças tanto em humanos e em outros animais. Outras doenças causadas por nematoides são a ancilostomose e a filariose mais conhecida popularmente como elefantíase. Verminoses como o bicho geográfico erroneamente chamado de micose também é causada por estes animais.
Possuem aproximadamente 90 mil espécies já catalogadas e podem ser de vida livre ou parasitas
São os primeiros animais a apresentarem sistema digestório completo, com boca e ânus bem definidos.
As minhocas são os representantes mais conhecidos. Sanguessugas e poliquetas são os outros representantes. Uma característica marcante nesses animais é a presença de anéis por todo o corpo. daí vem o nome do filo.
O Filo dos anelídeos é o primeiro do Reino animal em que a circulação aparece. vários corações rudimentares bombeiam o sangue que possui hemoglobina pelo corpo do animal. Seu sistema digestório é completo pois possui boca e ânus.
As minhocas desempenham um papel ecológico muito importante na saúde do solo. Como diz o ditado, “solo bom é solo com minhoca” vem do fato desses animais digerirem os resto de matéria orgânica e transformar em húmus, além de fazer túneis no solo que possibilita a circulação do ar.
Os Moluscos são animais que podem ser encontrados tanto em ambientes aquáticos quanto terrestres. São animais de corpo mole. Entre alguns de seus representantes marinhos estão o polvo, a lula, ostras e mexilhões . As lesmas caracóis são terrestres porém precisam de um ambiente úmido, pois sua respiração se dá pela pele.
Os moluscos possuem um sistema nervoso bastante desenvolvido, seu sistema digestório é completo e também possuem um sistema circular fechado.
Possuem uma grande importância econômica, pois podem ser utilizados como como alimentos e como ornamentos. há os que causam prejuízo e doenças também.
Os moluscos podem ser divididos em três classes principais: os cefalópodes, gastrópodes e bivalves
Os artrópodes são o maior grupo dentre todos os animais. São os mais abundantes e podem ser considerados como um verdadeiro sucesso evolutivo devido a sua distribuição em todos os cantos do globo terrestre. O nome artrópode vem do fatos que esses animais possuem pés articulados. Há 3 classes principais, sendo elas a dos Insetos, aracnídeos e crustáceos.
Esses possuem como características um forte exoesqueleto, a presença de apêndices motores articulados, que alias, por essa característica, dá nome ao filo. Outra característica marcante é fenômeno da muda ou ecdise, que consiste na troca do exoesqueleto de tempos em tempos para permitir que o animal continue crescendo.
Em relação a sua fisiologia e anatomia, possuem sistema digestório completo e a presença dos sistemas circulatório, respiratório excretor e nervoso.
Para saber mais detalhes conheça o Filo dos Artrópodes
Equinodermos
Equinodermo são os animais de pele dura e seus representantes mais conhecidos são as estrelas do mar, as bolachas do mar e o ouriços. Possuem sistema digestivo completo e sua respiração se dá por meio de branquias. São animais exclusivamente marinhos e bentônicos. Possuem um sistema único no Reino Animal, é o sistema ambulacral, que permite a locomoção e alimentação do animal. Possuem um endoesqueleto calcário revestido por uma membrana epidérmica muito fina.
O filo dos equinodermos está dividido em cinco classes. Pepinos do mar, lírio do mar e ofiúro são exemplares de animais deste filo.
Dê uma olhada nesta aula e fique sabendo com mais detalhes sobreos Equinodermos
Cordados
Os cordados são os representantes vertebrados do Reino Animal. São os que possuem maior complexidade orgânica do reino. Alguns de seus representantes possuem sangue frio e outros podem regular a própria temperatura. Nos seres humanos fazemos parte do filo dos cordados, cuja característica comum a todos e possuir notocorda em alguma fase do desenvolvimento da vida. São 5 as classes desse filo sendo ela os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Aqui trata-se apenas de um resumo do Reino Animal. Cada um dos filos será analisado com mais detalhes em outras aulas.
Importância do reino animalia
O reino animalia tem grande importância ecológica e econômica. Os animais fazem parte da cadeia alimentar e sã importantes para manter um ecossistema em equilíbrio.
Há animais polinizadores, dispersores de sementes e frutos. Interagem com todos organismos e uma verdadeira relação ecológica.
Mas a importância do reino animalia não está só na ecologia. Do ponto de vista do ser humano, além de desempenharem grande importância ecológica, também são importantes economicamente.
Os animais estão na base nutricional para várias culturas humanas. Há milênios desenvolvemos a agropecuária e temos nele uma forma de sustentação;
A recente evolução industrial e o crescimento da população humana tem resultado num desequilíbrio e hoje, vários animais já foram extintos ou estão em processo de extinção.
Resumo sobre o Reino Animália
Depois de ler esse texto vamos retomar as ideias principais e fazer um breve resumo sobre o reino Animália.
O Reino animal também pode ser chamado de reino metazoa ou ainda de reino animália. São diferentes nomes que tratam do mesmo reino. Todos se referem aos animais.
Os animais são seres eucariontes, ou seja, possuem em suas células um núcleo individualizado, que tem a finalidade de proteger o DNA. São heterotróficos, isto quer dizer que não são capazes de produzir o próprio alimento. São pluricelulares, ou seja, cada organismo possui várias células.
No Reino Animal podemos encontrar desde seres microscópicos, como um ácaro, pequenos crustáceos e nematódeos e até um gigante pesando várias toneladas como é o caso da baleia azul ou um elefante.
Em relação ao comportamento, seu nicho ecológico, habitats são tão diversos que parece em algumas vezes que determinados seres não podem estar no mesmo reino.
Um exemplo disso são os poríferos, representados pelas esponjas do mar, que possuem uma estrutura orgânica extremamente simples, não possuem nem órgãos, nem tecidos bem definidos e sequer podem se locomover por conta própria.
Quando comparamos com um leão, que possui um organismo altamente complexo com vários tipos celulares, estes dois animais parecem serem de reinos completamente distintos. Por isso o Reino Animal é dividido em dois sub-reinos, invertebrados e vertebrados e em diversos filos.
Referências Bibliográficas
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LOPES, S. Bio: Volume Único. 1 Edição. São Paulo: Saraiva, 2004.
POUGH, F. Harvey; HEISER, John B.; MCFARLAND, William N. A vida dos vertebrados. 2003. disponível em – Link
DA SILVEIRA, Estevan Luiz et al. Análise do conteúdo de zoologia de vertebrados em livros didáticos aprovados pelo PNLEM 2009. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 13, n. 1, p. 217-232, 2013. disponível em – Link