terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A formação dos Planetas do Sistema Solar

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Forma%C3%A7%C3%A3o_e_evolu%C3%A7%C3%A3o_do_Sistema_Solar

Formação

Ver artigo principal: Hipótese nebular
Nebulosa pré-solar
A hipótese nebular defende que o Sistema Solar se formou a partir do colapso gravitacional de um fragmento de uma grande nuvem molecular.[10] O tamanho da nuvem era de 20 pc,[10] enquanto que os fragmentos tinham cerca de 1 pc de extensão.[11] O colapso posterior dos fragmentos levou à formação de núcleos mais densos com 0,01 a 0,1 pc (2000 a 20000 UA de tamanho.[nota 2][10][12] Um desses fragmentos colapsados, conhecido por nebulosa pré-solar, acabaria por formar o Sistema Solar.[13] Esta região apresentava uma massa ligeiramente superior e uma constituição muito semelhante à do Sol na atualidade, em que hidrogéniohélio e vestígios de lítio resultantes da Nucleossíntese primordial, formam 98% da sua massa. Os restantes 2% da sua massa são os elementos mais pesados, criados por nucleossíntese, pelas estrelas numa fase jovem da sua vida.[14] Numa fase mais adiantada da vida de uma estrela como o Sol, elas ejetam os elementos mais pesados para o meio interestelar.[15]

Imagem, tirada pelo Hubble, de um disco protoplanetário na Nebulosa de Órion. É uma "maternidade estelar", provavelmente, muito semelhante à nebulosa primordial da qual se formou o Sol.
Estudos de antigos meteoritos revelaram vestígios de núcleos estáveis de isótopos-filho com períodos de vida curtos, tal como o ferro-60, que apenas se formou em explosões das estrelas de vida curta. Isto indica que uma ou mais supernovas ocorreram perto do Sol enquanto este se formava. A onda de choque de uma supernova pode ter desencadeado a formação do Sol, ao criar regiões de elevada densidade dentro da nuvem, levando essas regiões a colapsar.[16] Devido ao facto de apenas estrelas massivas de vida curta, produzirem supernovas, o Sol deve-se ter formado numa grande região de formação de estrelas que produzia estrelas massivas, possivelmente como a Nebulosa de Órion.[17][18] Estudos sobre a estrutura da Cintura de Kuiper e de materiais anómalos nesta cintura sugerem que o Sol se formou num aglomerado de estrelas com um diâmetro entre 6,5 e 19,5 anos-luz e uma massa total equivalente a 3000 sóis.[19] Várias simulações da interação do Sol, ainda jovem, com estrelas passageiras próximas durante os primeiros 100 milhões de anos da sua vida produziram estranhas órbitas, observadas em alguns corpos do Sistema Solar exterior, tais como os objetos do disco disperso.[20]
Devido à conservação do momento angular, a nebulosa começou a girar mais depressa e colapsou. Enquanto o material dentro da nebulosa condensava, os átomos desta começaram a colidir mais frequentemente, convertendo a sua energia cinética em calor. O centro, onde a maior parte da massa se encontrava, tornou-se mais quente que o disco circundante.[11] Durante cerca de 100 000 anos,[10] a força da gravidade, pressão do gás, campos magnéticos e a rotação causada pela contração da nebulosa, até achatar, tornado-se num disco protoplanetário, de, aproximadamente, 200 UA, e com movimento de rotação,[11] formando uma quente e densa, protoestrela[nota 3] no centro.[21]
Nessa fase da sua evolução, crê-se que o Sol tenha sido uma estrela T Tauri.[22] Estudos de estrelas T Tauri mostram que estas costumam estar acompanhadas por discos de matéria pré-planetária com uma massa solar compreendida entre 0,001 e 0,1.[23] Estes discos podem ter várias centenas de UA - o Telescópio Espacial Hubble observou discos protoplanetários com 1000 UA de diâmetro em regiões de formação estelar, como a Nebulosa de Órion[24] - e são bastante frios, chegando a um milhar de graus Kelvin, no máximo.[25]
Passados 50 milhões de anos, a temperatura e a pressão do núcleo do Sol tornou-se tão grande que o hidrogénio começou a fundir, criando uma fonte interna de energia que contrariou a contração gravitacional até atingir um equilíbrio hidrostático.[26] Esta alteração marcou a entrada do Sol na primeira fase da sua vida, conhecida como sequência principal. As estrelas da sequência principal produzem energia através da fusão do hidrogénio em hélio nos seus núcleos. O Sol, ainda hoje, é uma estrela da sequência principal.[27]
Formação dos planetas
Ver artigo principal: Disco protoplanetário
Pensa-se que os vários planetas se tenham formado a partir de uma "nebulosa solar", a nuvem de gás e poeira criada quando da formação do Sol.[28] Atualmente, embora as evidências, a partir das observações da estrela 49 Ceti, solicitem reconsideração do entendimento atual da formação do planeta,[29] o método aceite que explica a formação dos planetas é conhecido como acreção, em que os planetas começam por ser grãos de poeira orbitando a protoestrela. Através do contato direto, estes grãos juntam-se em aglomerados de poeira que podem chegar a ter 200 metros de diâmetro, que, por sua vez, colidem uns com os outros, formando corpos maiores (planetesimais) com dimensões de cerca de 10 quilómetros (km).[30] Estes, através de colisões, aumentaram, gradualmente, o seu tamanho, crescendo apenas alguns centímetros por ano, ao longo dos milhões de anos seguintes.[30]
Sistema Solar interior, a região compreendida entre o Sol e a cintura de asteroides (aproximadamente, 4 UA), era demasiado quente para ocorrer a condensação das moléculas mais voláteis como a água e o metano, por isso, os planetesimais que se formaram nessa zona, apenas se poderiam formar a partir de compostos com pontos de fusão muito altos, como os metais (ferroníquel e alumínio), ou como minerais tal como os silicatos. Esses corpos rochosos tornar-se-iam os planetas telúricos (MercúrioVénusTerra e Marte). Os compostos que formam estes planetas são bastante raros no Universo, representando apenas 0,6% da massa da nebulosa, por isso os planetas telúricos não poderiam crescer muito.[11] Os planetas terrestres em formação cresceram até a 0,05 o tamanho da Terra e cessaram a acumulação de matéria 100 000 anos após a formação do Sol; as colisões seguintes e fusões com outros corpos do tamanho de planetas permitiu os planetas telúricos crescerem até aos seus tamanhos atuais (ver abaixo).[31]
Os planetas telúricos encontravam-se, aquando da sua formação, envoltos num disco de gás e poeira. O gás, por ser parcialmente retido pela pressão, não orbitava o Sol tão rapidamente como os planetas. O arrasto daí resultante causou uma mudança no momento angular, fazendo com que os planetas migrassem para novas órbitas. Alguns modelos mostram que as variações de temperatura no disco influenciaram a taxa de migração planetária, mas os planetas interiores tinham tendência a migrarem para posições mais perto do Sol, à medida que o disco se dissipava, até atingirem as suas posições atuais.[32]
Os gigantes gasosos (JúpiterSaturnoÚrano e Neptuno) formaram-se para lá da linha do gelo, uma zona localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter, onde o material arrefece o suficiente para voláteis compostos de gelo permanecerem no estado sólido. Os gelos que formaram os planetas jovianos eram mais abundantes do que os metais e silicatos, dos quais os planetas telúricos são formados, permitindo aos planetas jovianos aumentar a sua massa. Esse crescimento permitiu a estes planetas a captura de hidrogénio e hélio, que são os mais leves e abundantes elementos químicos.[11] Planetesimais que se formem para além da linha de gelo acumulam até quatro vezes a massa da Terra em 3 milhões de anos.[31] Atualmente, os quatro gigantes gasosos compreendem quase 99% da massa total que orbita o Sol.[nota 4]
Os teóricos acreditam que o facto de Júpiter se encontrar imediatamente atrás da linha de gelo não é fruto do acaso. Uma vez que esta linha de gelo acumulou uma imensa quantidade de água, através da evaporação da precipitação de gelo atraída pela força gravitacional, deu origem a uma região de baixas pressões que aumentou a velocidade das partículas orbitais e interrompeu a sua trajectória em direcção ao Sol. De facto, a linha de gelo atuou como uma barreira que levou a que a matéria rapidamente se acumulasse a cerca de 5 UA do Sol. Esta matéria excedentária agregou-se numa massa cerca de dez vezes maior que a da Terra, que começou a aumentar rapidamente de tamanho ao absorver hidrogénio do anel em volta, atingindo então 150 vezes a massa terrestre num milénio apenas, e estabilizando por fim a 318 vezes a massa terrestre. Por outro lado, a massa de Saturno, significativamente menor, pode dever-se simplesmente ao facto de este planeta se ter formado alguns milhões de anos depois de Júpiter, numa altura em que existiam menos gases disponíveis para serem consumidos.[31]
As estrelas T Tauri, no grupo das quais se incluía o jovem Sol, têm ventos estelares muito mais fortes que estrelas mais velhas e estáveis. Pensa-se que Úrano e Neptuno se formaram depois de Júpiter e Saturno, quando o forte vento solar afastou grande parte do material contido no disco protoplanetário. Em resultado deste evento, os planetas acumularam pouco hidrogénio e hélio (não mais que 1 massa terrestre cada um). Certas vezes, referem-se a estes planetas como tendo fracos núcleos.[33] O principal problema das teorias sobre a formação destes planetas é a escala temporal da sua formação. Nas suas localizações atuais seriam necessárias centenas de milhões de anos para que ocorresse a acreção dos seus núcleos. Isto significa que, provavelmente, Úrano e Neptuno se formaram mais perto do Sol, perto ou até mesmo entre Júpiter e Saturno e, posteriormente migraram para mais longe do Sol.[33][34] As migrações na era planetesimal não eram todas em direção ao Sol. As amostras do cometa Wild 2 colhidas pela Stardust sugerem que os materiais da altura da formação inicial do Sistema Solar migraram das zonas mais quentes do Sistema Solar para a região da Cintura de Kuiper.[35]
Com base em simulação computacionais, os compostos orgânicos necessários para a existência de vida podem-se ter formado no disco protoplanetário, antes da formação dos planetas.[36]

Passados entre três a dez milhões de anos da formação do Sol,[31] o vento solar dissipou as partículas de gás e poeira do disco protoplanetário para o espaço interestelar, cessando o crescimento dos planetas.[37][38]




sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Aula sobre a vida das estrelas

Fonte: http://www.cienciaexplica.com.br/2018/09/14/ciclo-de-vida-estrelas/ 

Estrelas são imensas esferas de gás constituídas basicamente de hidrogênio e hélio. Elas brilham porque produzem energia através de reações nucleares. Mas você já parou para pensar como nascem as estrelas? E como elas morrem? Vamos entender um pouco mais disso neste artigo.

Estágio Inicial – Nasce uma estrela

As nebulosas ou nuvens moleculares são grandes aglomerados de gás e de poeiras existentes na galáxia, onde se formam as estrelas. Assim como as galáxias em geral, as nuvens moleculares são feitas quase que inteiramente de hidrogênio e hélio. Turbulências, como as causadas por uma explosão de supernova* nas proximidades, provocam crescentes adensamentos em algumas regiões da nebulosa formando glóbulos de gás frio que acabam colapsando sob seu próprio peso. Cada glóbulo dará origem a uma estrela.

*Perceba que a supernova é a etapa final descrita aqui. Porém, no espaço, isso é um ciclo e tudo está acontecendo ao mesmo tempo. 

À medida que o glóbulo colapsa, forma-se um disco em rotação com a protoestrela no centro; jatos bipolares de gás e poeira são gerados pelo disco rotante e pelo vento estelar da protoestrela. A pressão no centro da estrela aumenta aumenta até o ponto em que ela balança a força gravitacional, alcançando o equilíbrio hidrostático que faz parar o colapso.

No interior da protoestrela o núcleo continua aglomerando matéria das camadas externas a ele, ficando mais denso e mais quente. Quando a temperatura do núcleo fica alta o suficiente para iniciar as reações termonucleares a protoestrela passa a ser chamada de estrela, iniciando a fase de sua vida chamada sequência principal.

Observação Importante: A massa mínima que a protoestrela precisa ter para seu núcleo atingir a temperatura alta o suficiente para acender as reações nucleares e formar uma estrela é de aproximadamente 10% da massa do Sol. Se a massa for menor do que isso ela será uma anã marrom, objeto com massa maior do que a de um planeta, porém menor do que a de uma estrela, não podendo manter fusão termonuclear.

Estágio Intermediário – vida de uma estrela

A sequência principal é etapa mais longa da vida da estrela, quando ela está fundindo hidrogênio em hélio no núcleo e brilhando estavelmente, em equilíbrio hidrostático. Durante esse tempo as estrelas mantêm uma relação homogênea entre a luminosidade e a temperatura, determinada pela sua massa. As estrelas mais quentes (mais massivas) são as mais luminosas e as mais frias (as menos massivas) são menos luminosas.

A massa de uma estrela define a sua temperatura, a sua cor, o seu tamanho, a sua luminosidade e o seu tempo de vida na sequência principal. Quanto maior a massa, mais quente, mais azul e mais luminosa será a estrela, e menor será o seu tempo de vida.

Quando as estrelas consomem o hidrogênio no núcleo, que corresponde a aproximadamente 10% da sua massa total, elas saem da sequência principal. A geração de energia passa a se dar, então,  em uma camada externa a este núcleo, onde a temperatura e a densidade são suficientes para continuar mantendo as reações nucleares. Como nenhuma energia é gerada no núcleo nesta fase, ele se contrai rapidamente, e a luminosidade da estrela aumenta um pouco. As camadas externas se reajustam ao aumento de luminosidade expandindo-se e. como a área superficial aumenta, sua temperatura diminui. Desta forma, a luminosidade aumenta e a estrela torna-se mais vermelha, tornando-se uma gigante vermelha.

Curiosidade: Quando o Sol atingir essa fase, daqui a 5 bilhões de anos, engolirá Mercúrio, Vênus e a Terra, chegando próximo à órbita de Marte.

Estágio Final – morre uma estrela

A morte de uma estrela vai depender de sua massa. Se ela tiver menos de dez vezes a massa do Sol, quando tiver “queimado” todo o hélio do núcleo ela ejetará uma nebulosa planetária (sim, aquela lá do ínicio, que começou essa história toda) e o núcleo remanescente será uma Anã Branca. As Anãs Brancas podem ter tamanhos comparáveis aos da Terra, porém com massas próximas às do Sol. Uma anã branca é, portanto, o núcleo daquilo que era uma estrela gigante vermelha.

Porém, se a estrela tiver uma massa maior que dez vezes a do Sol, ela terá uma morte catastrófica. Sem produção de energia, a pressão cai bruscamente e as camadas externas começam a despencar em direção ao centro da estrela, ali encontram-se com o núcleo sólido de ferro e quicam, sendo ejetadas para o espaço a altas velocidades: É o que chamamos de Supernova.

Uma supernova, ao contrário do que o nome parece indicar, não é uma estrela nova, mas sim uma explosão espetacular de uma estrela que terminou a sua vida. Esta explosão espalha os elementos constituintes da estrela pelo espaço, ao mesmo tempo que permite a formação de elementos mais pesados que o ferro. Estes elementos serão depois a semente de formação de mais estrelas em algum lugar na imensidão do espaço, completando, assim, um grande ciclo cósmico.

O destino do núcleo que sobra após a explosão da supernova é, novamente, ditado pela massa. Estrelas muito pequenas e extremamente densas que são fontes pulsantes de ondas de rádio, formam uma estrela de nêutrons. E as estrelas com massa muito maior que a do Sol, após a fase das supernovas, originam buracos negros, objetos tão densos que atraem tudo, incluindo a própria luz.


Referências:

Maria de Fátima Oliveira Saraiva. Astronomia e Astrofísica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acesso: http://astro.if.ufrgs.br/index.htm.

Nasce uma estrela. Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Acesso: http://www.cbpf.br/~martin/CAMS/Estrelas/vidaestrelas.html

Maria de Fátima Oliveira Saraiva. Glossário de Astronomia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acesso: http://www.if.ufrgs.br/~fatima/glossario.html#sp

 

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